Se um cosmonauta viajasse, a uma velocidade quase igual à da luz, em direção a uma estrela distante 10 anos-luz da Terra e regressasse à mesma velocidade, teria envelhecido apenas três anos, enquanto no planeta haveriam decorrido cerca de vinte. Se durante a viagem espacial conseguisse acelerar ainda mais, ficando bem próximo a fração de 100% da luz, poderia circunavegar todo o Universo e, quando voltasse ao ponto de partida, nada mais encontraria: a Terra e o sistema solar teriam desaparecido para sempre. Em Tau Zero, de Poul Anderson, essa vertiginosa hipótese é levada às últimas con-seqüências. A tripulação da espaçonave Leonora Christine, composta de 50 membros, de diferentes raças, deixa a Terra com destino a uma estrela no sistema de Beta Virginis, onde irão colonizar um planeta. No meio da viagem, a nave choca-se com uma pequena nebulosa. Seu curso é alterado e sua velocidade aumenta cada vez mais, até que os séculos se reduzem a segundos. Enquanto isso, dentro da Leonora Christine, cuja gravidade se mantém constante, o tempo passa com extrema lentidão. Acontece, então, algo espantoso: os ocupantes da nave assistem literalmente ao fim do Universo, que se reduz progressivamente a um monobloco, até um novo Gênesis cósmico. Considerado uma das melhores descrições de espaçonave e de sua viagem interestelar, dentro da ficção científica, Tau Zero, de Poul Anderson – escritor várias vezes laureado com os prêmios Hugo e Nebula – é um romance carregado de emoção e que mantém o leitor em suspense até as últimas páginas.
Tau Zero – Poul Anderson
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