Toda a originalidade filosófica de Platão une sutil raciocínio lógico à harmonia formal essencialmente poética, e pode ser apreciada no diálogo O Sofista, um texto fundamental em sua obra.
Embora os sofistas não tenham constituído escola filosófica, eram mestres em retórica e possuíam domínio da cultura geral, em razão do que exerceram significativa influência sobre o ambiente intelectual da Grécia Clássica, entre os séculos V e IV a.C..
Inicialmente, o sofista era aquele que demonstrava excelência em determinada técnica ou arte, praticando-as com habilidade. Ofereceram importante contribuição ao conhecimento da língua grega e sua gramática, bem como ao desenvolvimento da oratória e da retórica. Na pólis grega, o discurso era poderoso instrumental político na hora da tomada de decisões nas assembléias.
Contudo, apenas fragmentos de suas obras restaram e, mesmo assim, por meio de citações de seus opositores. Foi após O Sofista que um sentido negativo passou a aureolar a sofística, cujos adeptos ficaram marcados como criadores de ilusões e manipuladores do discurso, pois usavam – conforme Platão e Aristóteles – o sofisma como forma de raciocínio, com o fim de provocar a perplexidade em seus interlocutores e persuadi-los.
O Sofista é, a rigor, um tratado sobre a linguagem e sua aplicação, no qual verdadeiro e falso são atributos das proposições, o que ressalta a questão do ser e não ser, da aparência e realidade