Fala sério, amor! – Thalita Rebouças

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Encerrando a série Retratos de Malu, iniciada com Fala sério, mãe!, a escritora Thalita Rebouças, que atualmente vende quatro livros por hora e já bateu a marca de 70 mil exemplares vendidos, lança mais um livro sensível e divertido estrelado pela protagonista que virou queridinha de milhares de meninas de norte a sul do país. Em Fala sério, amor!, Malu, ela mesma, a Maria de Lourdes, moradora da Tijuca, filha da Ângela Cristina, está de volta para contar suas descobertas amorosas desde a infância até o fim da adolescência. E a menina está afiada. Os “ficantes”, os rolos passageiros, o namorado grudento, o ciumento, os doidos que aparecem pelo caminho, os fofos, os pais dos namorados, os seus pais e os namorados… ela sempre tem uma boa história para contar. Sorte das leitoras, que certamente vão se identificar com as muitas alegrias e furadas em que a Malu já se meteu e rir junto com ela.

O primeiro namoro da Malu foi aos sete anos, nada de beijinhos, apenas olhares apaixonados e mãozinhas dadas no recreio. “Se havia uma coisa de que eu tinha certeza absoluta, era de que o Guilherme Almeida era o homem da minha vida, meu príncipe encantado”, diz ela, na primeira crônica do livro. Aos 10, ela descobriu os expedientes incríveis que os homens são capazes de usar para dispensar uma mulher: foi quando o Mateus, filho da vizinha, arrumou um pato psicopata (“praticamente um psicopato”, segundo Malu), como desculpa para terminar o namoro, que, aliás, já não ia mesmo muito bem. Depois, ela conta como foi o primeiro beijo de língua, aos 12: “Na boa, achei muito, muito melado. Uma baba só. A língua dele rodava que nem uma manivela, parecia querer brigar com a minha!”

Há episódios impagáveis do início ao fim. Como o namorado que pega a Malu depilando o buço em casa com um cera de farmácia. É claro que o Tavinho não sabia que a Malu depilava o buço – aliás ele nem sabia o que era buço (“Fala sério, amor! Minha namorada é a mulher barbada!”, riu Tavinho, sem a menor sensibilidade) –, e o que era para ser uma maneira simples e eficaz de economizar a mesada virou uma grande confusão. E o que dizer dos meninos que insistem em falar com a namorada com voz de neném? A Malu simplesmente de-tes-ta ser chamada de “pinxeja” e afins. E por aí vai. Espirituosa e bem-humorada, a protagonista divide com as leitoras suas experiências nem sempre agradáveis com os meninos e a eterna vontade de beijar muito, ser feliz e encontrar o par perfeito.

A narrativa é fluida e envolvente e as crônicas vão se encadeando de uma forma que sempre dá aquela vontade de “ler só mais essa, mais uma, e outra…”. Quando se dá conta, o livro já acabou e deixa um gostinho de quero mais. Fala sério, amor! confirma mais uma vez o talento de Thalita Rebouças para escrever para o público jovem e mostra por que ela é hoje um fenômeno no mercado editorial brasileiro.

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