O ângulo escolhido por Isabel Lustosa para analisar D. Pedro I foi o do herói macunaímico – aquele sem nenhum caráter. De personalidade turbulenta, mal-educado e chucro, Pedro de Bragança e Bourbon tinha tudo para ser um péssimo governante. Em certo sentido o foi: dizendo-se liberal, exerceu o poder de maneira autocrática, dissolveu a Constituinte que ele mesmo convocou, humilhava os aliados e amigos, quando no Brasil se cercou de uma corja de dar medo, e admitia abertamente a corrupção. Tanto que, ao abandonar o Rio de Janeiro, já no navio que o levaria à Europa, retrucou as queixas do marquês de Paranaguá, seu ministro, de que não tinha como se sustentar, com o exemplo de outro ministro: “Por que não roubou como Barbacena? Estaria bem agora”.
D. Pedro I – Isabel Lustosa
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