Na primeira semana do primeiro mês do primeiro ano da segunda metade do século XX, ao protagonista, que também faz as vezes de narrador, é dado o nome de Hajime, que significa início. Filho único de uma normal família japonesa, Hajime vive numa província um pouco sonolenta, como normalmente todas as províncias o são.
Nos seus tempos de rapazinho faz amizade com Shimamoto, também ela filha única e rapariga brilhante na escola, com quem reparte interesses pela leitura e pela música. Juntos, têm por hábito escutar a coleção de discos do pai dela, sobretudo South of the Border, West of the Sun, tema de Nat King Cole que dá título ao romance. Mas o destino faz com que os dois companheiros de escola sejam obrigados a separar-se.
Os anos passam, Hajime segue a sua vida. A lembrança de Shimamoto, porém, permanece viva, tanto como aquilo que poderia ter sido como aquilo que não foi. De um dia para o outro, vinte anos mais tarde, Shimamoto reaparece certa noite na vida de Hajime. Para além de ser uma mulher de grande beleza e rara intensidade, a sua simples presença encontra-se envolta em mistério. Da noite para o dia, Hajime vê-se catapultado para o passado, colocando tudo o que tem, todo o seu presente em risco.
Haruki Murakami é, cada vez mais, um autor de culto, lido por todas as gerações e procurado com especial curiosidade pelos jovens leitores. Em maio de 2012, recebeu o doutoramento Honoris Causa pela Universidade do Havai. O seu livro O Impiedoso País das Maravilhas e o Fim do Mundo foi distinguido com o prestigiado Prémio Tanizaki.
É um dos escritores japoneses contemporâneos mais divulgado em todo o mundo, sendo, simultaneamente, aplaudido pela crítica, que o considera um dos “grandes romancistas vivos” (The Guardian) e a “mais peculiar e sedutora voz da moderna ficção” (Los Angeles Times).
“Um escritor notável… Murakami apreende o sofrimento comum que dilacera os corações e apoquenta as mentes nos nossos dias.” – Jay McInerney
“Como é que Murakami consegue fazer poesia ao escrever sobre a vida contemporânea e as emoções do nosso dia a dia?” – Independent on Sunday
“As suas fantasias, povoadas de referências explícitas à literatura de cordel e à música ocidental, retêm uma beleza de sentimentos.” – The Guardian