Façam boa arte. Esse foi um pedido sincero de ninguém menos que Neil Gaiman quando discursou para a turma de 2012 da University of the Arts na Filadélfia. Um discurso autêntico e repleto de significado – durante os 19 minutos em que falou, dois dos mais emblemáticos conselhos de Gaiman foram “criem suas próprias regras” e “cometam erros”. Os conceitos libertadores defendidos para os alunos deram origem ao livro.
Gaiman teve a colaboração crucial do renomado designer gráfico Chip Kidd. A dupla abusa dos recursos gráficos e da metalinguagem para expressar o poder da criatividade. Gaiman alega que em qualquer área artística e de criação mesmo os erros que cometemos têm um grande potencial: com sensibilidade e muito trabalho, podem se transformar em brilhantes insights. Em relato pessoal, ele explica que certa vez, escrevendo Caroline em uma carta, inverteu de lugar o A e o O, e logo percebeu que Coraline parecia um nome de verdade. Um erro banal que, nas mãos do autor, tornou-se um fantástico acerto. Coraline é o título de um conto de fadas às avessas, publicado por Gaiman em 2002 e, mais tarde, adaptado para os cinemas. Uma história que conquistou milhares de novos admiradores para o trabalho do já aclamado autor.