Depois de quarenta anos de atividade literária, com uma obra que se caracteriza pelo pessimismo e o sarcasmo, Ignácio de Loyola Brandão publicou um inesperado romance de amor com final feliz.
“O Beijo Não Vem da Boca” aborda, em forma de ficção, sem a pretensão de respondê-la, uma das perguntas mais inquietantes formuladas pelo ser humano, desde o momento em que começou a indagar o porquê da vida e do destino: o significado do amor e a sua influência em nossas vidas.
Ana, sedutora, fascinando a todos que dela se aproximam. Breno, mergulhado numa crise pessoal angustiante, que envolve a sua identidade, a masculinidade, a sexualidade, os conceitos de vida e comportamento. Num balanço de sua vida sentimental, revê amores passados e traça a própria história da sexualidade brasileira nos últimos quarenta anos. Há saída para a sua situação? O que o amor representa em sua vida? O que deseja das mulheres?
Encontros, conflitos, desencontros, uma história de avanços e recuos, em busca do mais procurado de todos os saberes: o saber amar. Expandindo-se e retraindo- se, como o próprio sentimento de amor, a história se desenrola ao longo de três décadas, em cenários diversos: Brasil, Cuba, Dinamarca, Alemanha. Conflitos de cultura, identidades humanas, divergência de opiniões políticas, posições extremas, refletindo um mundo em crise através da redescoberta do amor.
Como uma espécie de símbolo, digamos político, do destino das nações, há um momento, dos mais intensos do livro, em que brasileiros e alemães se reúnem em Berlim, para uma feijoada, alegres, despreocupados, sem desconfiarem que estão vivendo os últimos anos de um mundo dividido em dois grandes blocos.
A presente edição de “O Beijo Não Vem da Boca” foi inteiramente revista e expurgada, tornando-se mais enxuta e atraente. É como um novo beijo.