Cuidado, que o Marighella é valente, disse Cecil Borer, diretor do Dops do Rio, antes de despachar uma equipe para capturá-lo em seguida ao golpe de 64. Depois de nove anos de apuração, chega às livrarias a aguardada biografia de Marighella, o guerrilheiro intrépido, bem-humorado e sedutor. Seu autor é o premiado jornalista Mário Magalhães, por muitos anos repórter especial e ombudsman da Folha de S. Paulo.
A narrativa percorre a vida, a obra e a militância do controverso mulato baiano que foi deputado federal, poeta e estrategista da guerrilha no Brasil. Passagens pela prisão, resistência à tortura, assaltos a bancos (e a um trem pagador), tiroteios, espionagem internacional, tudo é apresentado em ritmo de thriller, com revelações desconcertantes.
A biografia de Carlos Marighella (1911-69) é também um livro sobre a história política entre as décadas de 1930 e 60. Por isso, figuras como Fidel Castro, Getúlio Vargas, Carlos Lamarca, João Goulart, Che Guevara, Luiz Carlos Prestes, Carlos Lacerda e Olga Benario aparecem como coadjuvantes de luxo.
Vigiado pela CIA e monitorado pelo KGB, Marighella conseguiu se manter ativo ao longo de seus quase quarenta anos de militância, mesmo quando procurado internacionalmente. No mundo inteiro, personalidades o apoiaram, como Jean-Paul Sartre, Glauber Rocha, Jean-Luc Godard, Augusto Boal, Joan Miró e Luchino Visconti. Em paralelo ao trabalho de campo, Marighella publicou livros e textos que se tornaram clássicos em dezenas de idiomas, como o Minimanual do guerrilheiro urbano.
Marighella – Mário Magalhães
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