Por meio dos poemas de Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão, obra publicada em 1974, Hilda Hilst alcança a maturidade poética, deixando de ser uma mulher, que por sua rara beleza e comportamento avançado, era mais interessante do que sua literatura. Nesta obra, Hilda Hilst consegue, por fim, obter o equilíbrio entre a idéia e sua expressão, através da espontaneidade da sintaxe e de um vocabulário desconcertante.
É a própria autora que relata um fato bastante jocoso relacionado a esta obra. Logo após sua publicação, Hilda se encontra com Carlos Drummond de Andrade e este, superando sua renitente timidez, disse: “Você não dormiu com essa cara, não é? Os poemas estão tão bons que eu sei que você não dormiu com ele.” “É verdade”, respondeu Hilda.
A respeito de Hilda Hilst e de sua obra muito se disse. O próprio Drummond, em 1952, dedicou-lhe um poema, em que, entre outros versos, diz: “Então Hilda, que é sab(ilda) / Manda sua arma secreta: / Um beijo em morse ao poeta.” Já Leo Gilson Ribeiro, importante crítico literário, que considera a autora o maior escritor vivo em língua portuguesa, afirmou: “A literatura, o estilo, a atemporalidade dos textos são um subproduto quase acidental, inconsciente, de uma busca mística, panteísta, de um indevassável e por isso mesmo instigante e ameaçador: decifra-me ou eu te devoro.” Para o escritor Caio Fernando de Abreu, já falecido, Hilda Hilst é o nome mais controvertido da literatura brasileira contemporânea.