Elegias de Sexto Propércio – Sexto Propércio

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As elegias de Sexto Propércio são grande poesia, grandeza de que um Ezra Pound foi sabedor. Propércio foi contemporâneo de expoentes como Virgílio e Horácio – foi amigo deles e, como eles, privou da amizade de Mecenas, patrono das letras, que os punha em contato com o próprio imperador – e, ao lado de Tibulo e Ovídio, integra a tríade de poe-tas elegíacos da época de Augusto. Com tudo isso, a poesia de Sexto Propércio é menos conhecida no Brasil que a dos amigos e decerto menos conhecida que a de Ovídio, porque, entre outros motivos, faltava um trabalho como o de Guilherme Gontijo Flores, provavelmente o primeiro tradutor em verso de toda a poesia de Propércio em português, e também porque faltava uma publicação como a que o leitor agora tem em mãos, que lhe oferece já não alguns excertos ou certas escolhas, por excelentes e certos que sejam, porém a totalidade dos poemas, que mais de uma vez dialogam entre si, dispostos na mesma precisa ordem em que se dispunham nos quatro livros, tais como o poeta os designara. O livro de poesia, se para o leitor antigo já era objeto apreciado, para o poeta era, antes, o universo que ele constelava com poemas meticulosamente compostos e dispostos. Não obstante o rigor crítico que parece subjazer toda a recolha, de que o mesmo Pound é campeão, só a tradução integral pode revelar a poética dos poemas no livro e a poética dos livros entre si. As elegias de Sexto Propércio são, sim, grande poesia, e a tradução de Guilherme Gontijo Flores, porquanto aufere prestígio de ser primeira e integral, vale como linguagem em cada poema. Responde formalmente em português à forma dística em que as elegias são compostas, não impondo a todos os versos unidade métrica que não têm, mas regulando-os metricamente em pares de dodecassílabos e decassílabos; mantém o mesmo número de versos, que é a unidade mínima do poema, com o que se exime de secura e de enfatuamento, triste fim da concisão e da clareza quando viciosos. E principalmente, sem que o texto traduzido seja mera legenda de um latim que, visto ali ao lado, talvez já não se leia, o tradutor, todavia, não faz parecer que o texto tenha sido composto originariamente em português, como se Propércio, nascesse no Brasil!, assim fizesse. Cheia de si, como toda tradução deve arrogar-se, a de Guilherme Gontijo quer revelar-se crítica poética de estrangeira poesia; sem iludir-se, é diversão sobre alheios versos. No recreio a que se propõe, é criação, quando é também poesia. João Angelo Oliva Neto

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