Leitura obrigatória para entender esse tempo de incertezas Nada parece estar mais em seu lugar no mundo. Estamos entre o que deixou de ser e o que ainda não é. Nenhum dos movimentos sociopolíticos que ajudaram a minar as bases do velho mundo está pronto para herdá-lo. Não surgiu nenhuma ideologia ou visão consistente que prometa dar forma a novas instituições para este novo mundo.
De um lado, problemas políticos e econômicos produzidos globalmente devem ser solucionados localmente por governos que hoje não encarnam mais os antigos Estados-nação. De outro, uma hiperconectividade que pode dar, através das redes sociais, a sensação ilusória de ativismo e participação política, mas que funciona muitas vezes como mero desencargo de consciência. No meio, o tecido movediço que rege as relações incertas de nosso tempo e no qual, ainda assim, sobrevive a esperança.
Sob a forma de um amplo diálogo, Zygmunt Bauman e Ezio Mauro discutem os impasses do capitalismo globalizado, os perigos do enfraquecimento da democracia e o papel da esperança que resiste – para os dias de hoje e os que virão.