Esta obra analisa de que forma a existência de um caráter expansionista, proselitista, possivelmente intrínseco à concepção comum de democracia contribui para a paz na relação entre os Estados; assim como busca também investigar a relação que há entre este possível caráter expansionista dos regimes democráticos de organização estatal e a formação do Estado Islâmico nos vales dos rios Tigre e Eufrates no período posterior à Guerra do Iraque de 2003. A pesquisa estuda como a invasão e a democratização do Iraque por meio da força representou a desestabilização social e política do país árabe, demonstrando como o objetivo expansionista da democracia, fundamentado pela teoria da paz democrática, cria as condições políticas para que, em busca de maior segurança nas relações internacionais, regimes democráticos ponham em risco a paz e a estabilidade entre os Estados, enquanto promovem, por meio da força, a multiplicação de frágeis governos populares aliados, como a nova democracia iraquiana. Este estudo demonstra, assim, como a formação do Estado Islâmico é fruto direto deste processo expansionista da democracia.