Segundo o autor, este livro surgiu do espanto, do choque em constatar os caminhos que as ideologias estão a arrastar a tudo e a todos. A Medicina, como ciência, deveria estar de fora de quaisquer tentativas de manipulação político-ideológica, que são sempre justificadas através de argumentações absurdas e totalmente anti-científicas. No entanto, as próprias ciências parecem ter sido sequestradas por um discurso obscuro, mas muitas vezes sofisticado, que consagra o relativismo como uma regra geral. O Dr. Angotti Neto, em face dos desvios conceituais em relação ao valor da vida humana, um princípio essencial à Medicina, propõe uma reflexão acerca dos preceitos éticos que a fundamentam. Seu diagnóstico é que a Medicina corre sério perigo de se tornar apenas um instrumento de engenharia social para atender às demandas puramente ideológicas de uma revolução cultural e ética destinada a modificar valores, atitudes e comportamentos. É urgente, portanto, uma séria reflexão sobre o papel do médico na sociedade. Pois, segundo o Dr. Angotti Neto, ‘ser médico subentende não apenas uma forma de agir, mas também uma forma de agir como reflexo de uma forma de pensar, uma forma de ser, na busca de um ideal. No entanto, sob qualquer aspecto, essa causa formal do médico está intrinsecamente ligada ao respeito pela vida humana’.
A Morte da Medicina – Hélio Angotti Neto
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