É verdade que depois de algumas dezenas de anos, os teólogos mudaram de posicionamento. Um dos slogans da moda fora a distinção entre o Jesus da História e o Cristo da Fé. Assim, nos livramos elegantemente do problema. Deixamos o Cristo da Fé, o Messias, o filho de Deus, que faz milagres, Ressurreto. Tudo isto talvez não seja falso para a fé (mas em todo caso, inventado por ela e para ela), mas não poderia ser incorporado pela história, ou seja, não pode fazer parte, de fato, da vida de Jesus, pois trata-se aí de fatos que não são constatáveis pelo método histórico, e que são inverossímeis do ponto de vista da razão. Pois a História pode constatar somente fatos razoáveis. Pressuposto obrigatório. Quanto ao Cristo da fé – que não se rejeitaria, certamente -, ele parece ter sido uma invenção de Paulo, que utilizou o personagem Jesus. Logo, podemos deixá-lo aos crentes.
A Inocência do Padre Brown – G.K. Chesterton
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