Marco sacode a água dos braços, com se quisesse alçar mais alto o corpo, mais longe, e escapar dela. Ele inspira
longas baforadas de ar, esforçando-se para se acalmar, para controlar os movimentos. Consegue se arrastar até os degraus com dificuldade, expulsando da garganta a água esverdeada da lagoa. Seus longos cílios morenos gotejam, formando o desenho de um terço na terra nua de Veneza. Donatella, ignorando o sofrimento do moço, encara-o com aquele olhar malicioso que ela preservava desde a infância, com o mesmo zelo de uma ostra em relação à sua pérola.”
Marco Polo – A caravana de Veneza é o primeiro volume da trilogia escrita por Muriel Romana sobre o famoso viajante veneziano do fim da Idade Média. A história se passa em uma época em que, para se atravessar o continente asiático, era necessário mais de um ano, tornando a Rota da Seda um caminho repleto de perigos.
Muriel apresenta um Marco Polo com apenas dezessete anos de idade, saindo de Veneza com o pai e o tio, visando chegar à corte de Kublai. Trabalha como emissário do papa Gregório X, mensageiro secreto do ilkhan Abaga. Kublai é neto de Gengis Khan e herdeiro do imenso império mongol, que vai da Rússia até o Oceano Pacífico.
Marco Polo precisa sobreviver aos obstáculos impostos pela fúria da natureza e às armadilhas de bandidos, guerreiros e espiões para conquistar o seu sonho. Ao conhecer uma escrava de olhos amendoados, ele descobre o amor.
Quando finalmente a caravana de Veneza chega até o Grande Khan, o adolescente impetuoso e destemido já se tornara um homem e, sem saber, o mais célebre dos aventureiros.
A série Marco Polo, iniciada neste A caravana de Veneza, prosseguirá em Além da grande muralha e O tigre dos mares.