Imagine poder viajar no tempo para assistir a qualquer grande show da história: os Beatles no Shea Stadium ou no telhado da Apple Records, o Nirvana em um bar minúsculo de Seattle ou Miles Davis no lendário clube Birdland. A norte-americana Mo Daviau transformou esse desejo em realidade no engenhoso 30 e poucos anos e uma máquina do tempo, uma espécie de cruzamento entre De volta para o futuro e Alta fidelidade protagonizado por Karl e Wayne, dois amigos de meia-idade que descobrem um meio de voltar no tempo para assistir a shows incríveis, e a ganhar dinheiro com o negócio. Tudo vai bem até que Wayne decide o óbvio: interferir no passado. Afinal, quem dispensaria a chance de reescrever uma ou outra linha da própria história? Movido a música e romance, 30 e poucos anos e uma máquina do tempo é uma espirituosa, e um tanto nostálgica, reflexão sobre sonhos, escolhas de vida e a passagem do tempo.
Ponto forte: Com a inteligência irreverente de um Nick Hornby, a sinceridade bem-humorada de um Gary Shteyngart e o charme de um filme de John Cusack, o título é uma leitura perfeita para um público saudoso da juventude perdida, repleto de referências musicais.