A imagem mais recorrente de Winston Churchill (1874-1965) nos livros de história e em documentários televisivos mostra o inglês com pouco mais de sessenta anos e um eterno charuto no canto da boca. Parece até que ele nunca foi de outro jeito. Michael Shelden, autor de biografias de escritores como George Orwell, Graham Greene e Mark Twain, trata em Churchill, o jovem titã justamente de um período pouco conhecido de sua vida: a juventude e o início da carreira política na virada do século XIX para o XX.
“A história gosta dos vencedores, e a imagem do Churchill vitorioso e mais velho há muito ofusca a história do homem mais jovem (…). Ainda assim, sob muitos aspectos, esse período inicial é o mais interessante de sua carreira e a chave de seu caráter. Foi um tempo estimulante, cheio de episódios dramáticos, intrigas políticas, coragem pessoal e graves erros de cálculo”, explica Shelden no prólogo do lançamento, parte da coleção Globo Livros História.
O recorte temporal escolhido pelo biógrafo começa em 1901, quando Churchill entra no Parlamento inglês, e vai até 1915, quando pede demissão de um alto cargo na Marinha (Almirantado) após a derrota em Gallipoli, na Primeira Guerra Mundial. Nesse período, o jovem líder viveu paixões avassaladoras, amealhou um punhado de inimigos e cometeu alguns erros que o perseguiriam durante toda a sua vida. Foram esses poucos e desconhecidos anos que forjaram um dos líderes mais carismáticos do século XX — que voltou ao poder em 1940 e levou o Reino Unido a uma poderosa e complexa aliança para combater Adolf Hitler.