O intelectual verdadeiramente independente e autônomo – como bem alertou Alfonso Reyes – quase sempre angaria impopularidade, sobretudo entre seus coetâneos. De fato, a recusa, por parte de um pensador, a filiações dogmáticas, seja a uma escola, doutrina ou abordagem teórica, acaba, invariavelmente, fazendo com que ele receba ataques não somente por um, mas por todos os lados, já que não conta com “proteção” corporativa de qualquer grupo. A trajetória intelectual de José Guilherme Merquior – parece-me – pode ser encaixada nessa caracterização. Poucos pensadores brasileiros souberam compreender e cotejar, com tanta argúcia e independência de juízo, as principais correntes teóricas – e muitas houve – desenvolvidas no século XX no campo das ciências humanas, em geral, e no da teoria da literatura, em particular.
A Estetica de Levi-Strauss – Jose Guilherme Merquior
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