Ramón é um reparador de móveis. Theodore, um artista plástico. Católico devoto, Ramón vive na Cidade do México, não longe do lugarejo miserável em que nasceu. Theodore, um alemão rico exilado em um país onde o dinheiro compra algum conforto, mas não a paz, é um cético inveterado. Aparentemente os dois não têm nada em comum. A não ser um affair com Lelia – e nenhum deles parecia se importar com o fato de dividirem as atenções da mexicana. Porém, se importaram quando Lelia foi encontrada violentada, assassinada e terrivelmente mutilada na sua própria casa. Os dois homens – ambos suspeitos do crimes – vêem-se em meio a um turbilhão de dúvidas e tensão, cada qual buscando, à sua maneira, a verdade e consolo.
Publicado na década de 50, Um jogo para os vivos coloca em cena expatriados ricos que levam uma vida confortável em um país estrangeiro, ambientes exóticos, intrigas no seio da comunidade artística e outros temas caros à autora e recorrentes em sua obra. Na descrição do cenário – a fulgurante e sensual Cidade do México – assim como na caracterização dos personagens, temos aqui o melhor de Highsmith. A construção da psicologia e das motivações dos personagens é tão importante quanto o desenvolvimento da trama ou a solução do crime neste romance de um dos grandes nomes da literatura do século XX.