Um dos livros mais modernistas e políticos de Drummond, A rosa do povo retorna em novo projeto, com posfácio de Affonso Romano de Sant’Anna. A poesia de Carlos Drummond de Andrade não precisa de manual crítico para ser apreciada. A obra se basta. Mas em se tratando de A rosa do povo , o contexto histórico em que o livro foi escrito e publicado ajuda a dar ainda mais sentido aos 55 poemas que compõem essa obra-prima, publicada em 1945, quando o poeta completou 43 anos.Escritos sob o impacto da Segunda Guerra Mundial e da ditadura do Estado Novo no Brasil, os versos trazem grande carga “politizada”, traço que já aparecera em livros anteriores, como Sentimento do mundo e José. É assim com o conhecidíssimo “A flor e a náusea”, onde a beleza (ou seria a poesia?) brota dos lugares mais hostis, em um tempo de desesperança, ou em “Nosso tempo” ― “tempo de divisas, tempo de gente cortada” ―, tão atual com suas poderosas imagens que chega a desconcertar o leitor. Sem esquecer da ode “Carta a Stalingrado”, em que o poeta deixa bem claro seu humanismo diante da barbárie.
A Rosa do Povo – Carlos Drummond de Andrade
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