O núcleo deste livro consiste em uma análise sistemática da transformação histórica — da monarquia à democracia — pela qual o Ocidente passou. Revisionista por natureza, este livro chega à conclusão de que a monarquia é um mal menor do que a democracia, mas aponta a existência de problemas em ambos. A sua metodologia é axiomático-dedutiva, permitindo-se, assim, a derivação de teoremas econômicos e sociológicos a serem aplicados na interpretação dos eventos históricos.
Hoppe desconstrói a crença liberal-clássica na possibilidade do governo limitado e conclama por um alinhamento entre o conservadorismo e o libertarianismo, pois os vê como aliados naturais almejando objetivos comuns. Ele defende que a provisão de serviços de defesa seja assumida por companhias de seguro atuando em um mercado livre, e descreve o florescimento da lei privada entre as seguradoras concorrentes.
Um capítulo fascinante acerca da preferência temporal explica o progresso da civilização como sendo fruto da diminuição da preferência temporal enquanto a estrutura do capital é construída, e explana sobre como a interação entre as pessoas pode diminuir a preferência temporal de todos, realizando paralelos interessantes com a Lei da Associação ricardiana. Por focar-se nesse tema, o autor se habilita a interpretar muitos fenômenos históricos — tais como os níveis crescentes de crime, a degeneração dos padrões de conduta e moralidade e o surgimento do megaestado. Ao enfatizar as deficiências da monarquia e da democracia, o autor demonstra o quanto esses sistemas são inferiores a uma ordem natural baseada na propriedade privada. Democracia — o Deus que falhou será de grande valia para acadêmicos e estudantes de história, economia política e filosofia política.