O novo tempo do mundo e outros estudos sobre a era da emergência, do filósofo Paulo Arantes, professor aposentado da Universidade de São Paulo, tem a rara qualidade de unir aguda sensibilidade aos fenômenos mais contraditórios da atualidade com o distanciamento crítico de um acadêmico de formação filosófica sólida, para promover uma análise conceitual radical de uma era de expectativas decrescentes. A obra, que integra a coleção dirigida por Arantes na Boitempo, a Estado de Sítio, virá acresci da de um prefácio assinado por Marildo Menegat, com texto de capa de Pedro Rocha de Oliveira. O que há de comum entre o extermínio colonial, os campos de concentração, a destruição nuclear mútua assegurada, e a criminalização da pobreza? Resposta : a sociedade moderna, com seu regime de guerra civil permanente e a máquina de moer gente da produção de mercadorias. Essa sociedade, que nasceu falando de sua própria novidade, nasceu também contando o tempo que quando o que está em jogo é o controle do trabalho é dinheiro. Inventou a promessa do desenvolvimento perpétuo, a inclusão social total a perder de vista, o projeto civilizatório de uma felicidade-depois como paga do sofrimento-agora.
O Novo Tempo do Mundo. e Outros Estudos Sobre a Era da Emergência – Paulo Arantes
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