Shep Knacker sempre economizou para a “Outra Vida”: um retiro idílico no Terceiro Mundo, onde um modesto pé-de-meia poderia durar para sempre. Os engarrafamentos de Nova York seriam substituídos por tempo para “falar, pensar, ver e ser” – e por horas de sono suficientes. Quando ele vende sua empresa de consertos domésticos por um milhão de dólares, parece que seu sonho finalmente será realizado. Ainda que Glynis, com quem é casado há 26 anos, sempre arrume desculpas e diga que nunca é o momento certo para partirem. Cansado de trabalhar como um peão para o idiota que comprou sua companhia, Shep anuncia que está de mudança para uma ilha na Tanzânia, com ou sem a esposa.
Recém-chegada de uma consulta médica, Glynis também tem um anúncio a fazer: Shep não pode ir a lugar algum. Ela está doente e precisa desesperadamente de seu plano de saúde. Mas o convênio cobre apenas parte das despesas incrivelmente altas do tratamento, e o pé-de-meia de Shep para a Outra Vida parece se desfazer a cada dia. Um romance brutalmente honesto, Tempo é dinheiro acompanha as transformações de um casamento que é posto à prova ao mesmo tempo que se fortalece com as exigências de uma doença grave, e se revela uma inesperada oportunidade para a ternura, a renovação da intimidade e o humor ácido. Em uma pesada crítica aos sistemas de saúde, Lionel Shriver se atreve a fazer a temida pergunta: quanto custa a vida de uma pessoa?