A história real de uma dominadora portuguesa. Ana tinha doze anos quando os pais a arrastaram para uma exposição em Coimbra. Queria ir para a praia, com os amigos, mas em vez disso descobriu-se no Palácio da Inquisição. A exposição, sobre instrumentos de tortura, mudou-lhe a vida para sempre. Enquanto desfilava entre cadeiras de pregos medievais, cordas, correntes e ganchos retorcidos, uma estranha excitação começou a apoderar-se dela: sentia-se em casa. Foi um momento de revelação. Tudo começava a fazer sentido para aquela adolescente que desde cedo tinha embarcado num mundo de fantasia ao contrário. Nas suas brincadeiras não havia príncipes nem princesas – os Ken eram tratados como escravos por Barbies implacáveis, que os amarravam e chicoteavam sem piedade. Ana cresceu a esconder esse segredo – e a enfrentar as humilhações dos colegas da escola, que não lhe perdoavam o excesso de peso. Mas no seu mundo privado, no reino do sado- masoquismo, começava ela a ditar as regras. Teve o primeiro encontro, o primeiro submisso, a primeira sessão de dominação. Aos poucos mergulhou nesse mundo paralelo, feito de encontros com sabor ilícito, candidatos a submissos, festas de BDSM. Ana, a discreta engenheira, emagrecera, perdera os medos, tinha agora outra vida e outro nome: era a Cruela, uma dominadora respeitada, poderosa.
A Dominadora – Ana C. Cruela
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