Dono de um império de quase cem jornais, revistas, estações de rádio e televisão – os Diários Associados – e fundador do MASP, Assis Chateaubriand, ou apenas Chatô, sempre atuou na política, nos negócios e nas artes como se fosse um cidadão acima do bem e do mal. Mais temido do que amado, sua complexa e muitas vezes divertida trajetória está associada de modo indissolúvel à vida cultural e política do país entre as décadas de 1910 e 1960.
Chantagista, crápula, escroque, patife, ladrão, tarado – de tudo o que se pode imaginar de ruim ele foi chamado (poucas vezes pela frente, é verdade) por críticos e inimigos. Mas palavras de alta voltagem como empreendedor, pioneiro, visionário, gênio e mecenas também se usaram, torrencialmente, para tentar defini-lo. Como bem mostra Fernando Morais, em nenhum dos dois casos isso se dá por acaso. Chatô, o rei do Brasil é obra de grande esforço jornalístico para retratar, com equilíbrio e rigor, um personagem tão complexo quanto fascinante.