No relato biográfico de MEUS LUGARES ESCUROS, James Ellroy revisita seu passado na tentativa de exorcizar fantasmas que o atormentavam. A idéia era utilizar o dinheiro e o prestígio conseguidos com a literatura para investigar novamente o assassinato de sua mãe, em busca de respostas. Não apenas sobre a identidade do homem que a matou, mas de suas próprias origens. A jornada rumo ao passado é dolorosa, mas, endurecido pelos traumas da infância e juventude, Ellroy a suporta muito bem.
MEUS LUGARES ESCUROS é dividido em quatro partes. Na primeira, A ruiva, Ellroy revive e relata a investigação do assassinato de sua mãe. Na segunda parte, O menino na fotografia, relembra sua vida, em um relato que começa na infância e vai até a descoberta da literatura. Aqui ele revela sem pudores que foi viciado em drogas, mendigo e que invadiu casas para roubar e cheirar calcinhas. E explica o que foi necessário para conseguir sair do fundo do poço. Depois, em Stone, Ellroy descreve o detetive contratado por ele para reabrir o caso do assassinato de Jean Ellroy. Por último, Geneva Hilliker é o relato da nova investigação do caso, seus desdobramentos e a descoberta da personalidade da mãe, por quem Ellroy confessa até mesmo um forte desejo sexual.
Neste livro, Ellroy expõe-se sem medos, e permite aos leitores descobrir os lugares mais obscuros e secretos de seu universo, presente sempre em sua obra ficcional. Escrito com uma enorme crueza, MEUS LUGARES ESCUROS é tão brilhante quanto sua ficção. E guia os que se interessam pelas motivações de sua obra literária. Um relato comovente e extremamente duro de uma vida às vezes mais sórdida do que a dos mais vis personagens da ficção policial deste mestre moderno do gênero.