A história de Judas é uma tragédia, elaborada num tom de manso desespero, em que as palavras se mostram normais, sem rompantes de som ou de significado, revelando um sofrimento que é tão entranhado nos personagens que o leitor o aceita como necessário à história que o narrador conta. Uma das características da verdadeira tragédia é que ela não provoca a piedade.
A tragicidade de “Judas, o obscuro” é ligada a um desespero que vem de dentro dos personagens, que o sentem como parte intrínseca, visceral, de si mesmos.